Por Susana Jacobetty. Fotografia João Bettencourt Bacelar

Sara Dourado

Amália por Nathalie Afonso
“Toda a minha vida desde que nasci ouço fado, os meus avós eram apaixonados pela Amália, a minha avó cantarolava Amália a estender roupa no quintal e sempre adorei fado. Esta casa em tempos também foi uma casa de fados e quando a vi senti que tinha cara de casa de fados. Como sou também apaixonada pela Amália, não apenas como cantora mas também pela mulher que foi, identifico-me com a sua independência e o ser empoderada. Era uma mulher única e criativa. Quis transmitir essa energia neste espaço, que vai para além dos fados, como o arrojo que ela tinha, a simpatia do serviço, as flores que ela adorava. É um projeto cuja missão é honrar e sentir-se a Amália nos mais pequenos elementos. No Amália, queremos proporcionar uma experiência, não apenas uma refeição.

A minha ideia não foi fazer uma taberna de fados, mas fazer uma casa de música em que o fado fosse o género principal, entre outros, como bossa nova, jazz, etc. Uma vez por semana fazemos noite de fados com um repertório de 80 por cento de Amália. A acústica da sala é maravilhosa e canta-se à luz das velas. Sara Sousa é a nossa fadista residente, além de outros convidados, nomeadamente a Ana Ferreira, o Jorge Gomes, e Joaquim Peralta que foi um guitarrista que acompanhou a Amália.” Sara Dourado, Viana do Castelo, 2023.

Chef Tiago Afonso e o cozinheiro Afonso Sousa


A ementa foi inspirada no livro de receitas preferido da fadista Amália Rodrigues e é uma recriação desses pratos. A matéria-prima é a mesma, mas mais contemporânea e saudável. As fardas do restaurante são da autoria do designer Gio Rodrigues. No Amália o objetivo é proporcionar uma experiência cultural, não apenas uma refeição.
“Adoro fado. Toda a minha família adora fado. Até o meu filho já canta fado pela casa”
“A tosta Amália, feita a partir de carnes do cozido à portuguesa (fumeiro local, carnes seleccionadas cozidas, e posteriormente desfiadas e salteadas) é servida num pão ciabatta artesanal. Este prato cheira a Portugal, cheira a tradição. Os clientes adoram. Amália gostava de reunir os amigos com um bom cozido à portuguesa e com as sobras tostava as carnes e punha no pão. Era assim que lhe sabia melhor esta iguaria. Os nosso chefes criaram esta tosta única. Que só podia chamar-se tosta Amália.”

“Bacalhau à fadista. Encontramos o nosso tão português bacalhau que lhe chamamos à fadista. Amália adorava um bom bacalhau. Recriámos uma posta alta, de muita qualidade com puré de grão–de–bico, azeitona desidratada e crosta de broa. Para fazer explodir todos os sentidos num produto tão português como é o fado.”

