A Romaria de Nossa Senhora d’Agonia

A Romaria de Nossa Senhora d’Agonia, uma antiga tradição vianense, atinge o seu expoente máximo em pleno mês de agosto.

A procissão ao mar e as ruas da Ribeira, enfeitadas com os tapetes floridos, são testemunhas da profunda devoção religiosa. A etnografia tem o seu espaço nos desfiles do cortejo e na Festa do Traje, com os trajes de noiva, mordoma e lavradeira, vestidas por minhotas que ostentam ao peito ourivesaria de enorme beleza e valor, autênticas obras de arte em ouro.

Há uma grandiosa serenata de fogo-de-artifício que ilumina toda a cidade, começando pela ponte de Gustave Eiffel, passando pelo Castelo de Santiago da Barra, até ao Templo – Monumento de Santa Luzia.

As origens da Romaria d’Agonia remontam a uma via-sacra referenciada em documentos do século XV. Nesse local de Viana do Castelo foi construída, em 1674, a Capela do Bom Jesus do Santo Sepulcro. A devoção surgiu em 1751, quando a imagem de Nossa Senhora d’Agonia entrou na capela, o que fez aumentar de forma considerável o número de promessas e ofertas, mantendo-se até aos dias de hoje como padroeira dos pescadores.

A igreja dedicada à santa começou a ser construída em 1774 e, nove anos mais tarde, a Sagrada Congregação dos Ritos concedeu licença para que todos os anos pudesse ser celebrada no local, a 20 de agosto, uma missa solene, dia que, ainda hoje, é feriado municipal.

Nos moldes próximos dos atuais, a festa surgiu em 1823 e o primeiro desfile do traje surgiu em 1906. Dois anos depois, o programa incluiu, pela primeira vez, a parada agrícola, antecessora do atual cortejo histórico-etnográfico. Em 1968 realizou-se a primeira procissão ao mar, outro dos números mais emblemáticos, com dezenas e dezenas de embarcações de pesca a levarem a imagem da padroeira ao mar e ao rio. Também a Feira Franca da festa é bem antiga, contando já com mais de 250 anos de existência.