
O chá é um substantivo com múltiplos signi cados, podendo referir-se às folhas desidratadas de chazeiro, à infusão dessas mesmas folhas, à refeição na qual esta bebida é servida ou ao domínio de um conjunto de preceitos que tornam os momentos de convívio social mais previsíveis. Contudo, o mais comum é que chá seja entendido como a infusão das folhas de chazeiro. Trata-se de planta cujo nome cientí co é Camellia sinensis (L.) Kuntze, nativa do sul da China e Norte da Indochina, assim como de Assam, o mais oriental dos estados que constituem a União Indiana. Ao mesmo género botânico (Camellia) pertencem as conhecidas camélias, omnipresentes na literatura oitocentista e um antigo símbolo da Invicta cidade do Porto.
O chazeiro é uma planta arbustiva que poderá tomar um porte arbóreo. Quando em plantação, é continuamente podada para manter os rebentos e folhas terminais a uma altura que permita a colheita manual ou mecânica. São exatamente esses rebentos e as duas folhas adjacentes que se colhem. Após a colheita, as folhas deixam-se murchar durante algumas horas, seguindo-se o processo que determinará a classe de chá que se vai produzir: preto, verde, amarelo, branco, azul (oolong) ou vermelho (pu-erh).

chá branco obtém-se quando o chazeiro, sujeito a um período de frio, produz botões terminais com pelos brancos, que se colhem e secam. O chá verde é obtido a partir de folhas que se cortam e enrolam, secando-se de imediato. Se antes da secagem, as folhas forem cortadas, esmagadas e enroladas, permitindo que oxidem durante alguns minutos e tomem uma cor escura, então o que se produz é chá preto. O chá amarelo é um subtipo de chá verde, cuja secagem é muito prolongada, permitindo uma oxidação ligeira.
O chá azul (oolong) é um chá semi-oxidado, intermédio entre o preto e o verde, que lhe permite desenvolver uma grande variedade de aromas, evocativos de flores, frutos ou madeiras. O pu-erh é um chá fermentado com microrganismos (fungos).
Em Portugal, existem duas zonas produtoras de chá comercial. A mais antiga situa-se na ilha de São Miguel na qual se encontra a Gorreana e o Porto Formoso (ambas nos Açores), que são, simultaneamente, plantações e fábricas de chá. Recentemente, foi instalada uma plantação na freguesia de Fornelo (Vila do Conde), cujos primeiros chás entraram, recentemente, no mercado, sob a marca Chá Camélia.
