O Museu do Tesouro Real estará aberto ao público, em morada própria e permanente, a partir de dia 1 de junho na ala poente do Palácio Nacional da Ajuda e, pela primeira vez, será possível admirar-se de perto estas magníficas joias da Coroa e as extraordinárias peças de ourivesaria portuguesa. A visita a este acervo único e de valor patrimonial inestimável é relevante para todos os que apreciam história, requinte e cultura. Algumas das peças que constituem este espólio são autênticos tesouros nacionais, tanto pela sua raridade como pelo seu valor.



A exposição permanente do Museu Tesouro Real está repartida por vários núcleos, nomeadamente Ouro e Diamantes do Brasil, Moedas e Medalhas da Coroa, Joias da Coroa do acervo do Palácio Nacional da Ajuda, Ordens Honoríficas, Objetos Rituais da Monarquia, Prata de Aparato da Coroa, Coleções Particulares de rei D. Fernando II e do rei D. Luís I, Ofertas Diplomáticas, Capela Real, Baixela Germain e Viagens do Tesouro Real.
226 anos depois do projeto barroco do arquiteto régio Manuel Caetano de Sousa, o remate da obra da ala poente está finalmente terminada. Neste espaço surge agora um novo museu em Lisboa, o Museu do Tesouro Real. As quase 800 peças que alberga estão guardadas numa caixa forte de alta segurança, com 2 portas com o peso de 5 toneladas cada uma, e as visitas têm o limite máximo de 100 pessoas de cada vez, pelas razões de segurança e comodidade.
A maioria dos objetos reais, que estavam entre o Palácio da Ajuda e o Palácio das Necessidades até 1910, foram acolhidos no Palácio Nacional da Ajuda.


Desde sempre, ou seja, desde o princípio da monarquia em Portugal com D. Afonso Henriques, sempre houve encomendas de ourivesaria sob diversas formas, assim como a necessidade de repor o tesouro da casa real devido a diversas situações, como por exemplo, aquando do terramoto de 1755 em que muito do espólio real se perdeu no Paço da Ribeira. Documentos comprovam em 1756 uma encomenda à Casa Germain em Paris, considerada o melhor ourives para esse tipo de trabalho, de uma grande Baixela Real em prata.
Outro exemplo de vicissitudes relaciona-se com a primeira invasão francesa em 1807, em que a família real vai para o Brasil e muitos dos objetos que os acompanharam acabam por não regressar.
Tem havido um investimento ao longo de dezenas de anos na recuperação de muitas das peças reais, que por variadíssimas razões deixaram de fazer parte do acervo real primário, e tem vindo a ser possível, em alguns casos, a sua aquisição.
Ao visitar o Museu do Tesouro Real, terá a oportunidade de descobrir joias e peças de ourivesaria nacional que pertenceram ao longo dos séculos à família real portuguesa, como a belíssima tiara das estrelas e o colar das estrelas, encomenda portuguesa a Estevão de Sousa, e muito usadas pela rainha D. Maria Pia e pela rainha D. Amélia, ou a laça das esmeraldas com diamantes. Pedras estas consideradas das de maior qualidade do mundo. Para quem não está em Lisboa, é sem dúvida uma viagem que vale a pena.




Estas duas peças bordadas a ouro fazem parte de um conjunto denominado por Faixas Bentas, que eram ofertas do Papa aos primogénitos dos reis católicos de Portugal, Espanha, Austria, França e Itália. Este manto que demorou 5 anos a ser feito, foi oferecido pelo Papa Pio VI a Portugal no século XVIII.