Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte contemporaneo

Em maio de 1995, em Badajoz abria as suas portas o Museu Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporânea, MEIAC, uma iniciativa institucional pública projetada para o resgate, estudo e difusão da modernidade artística da região. O panorama museológico espanhol passava a contar com um centro singular, localizado na periferia geográfica, cultural e económica do país, longe dos circuitos tradicionais de arte contemporânea e com uma paradoxal vocação transnacional. O antigo recinto prisional da cidade era reconvertido em sede do MEIAC, após um intenso processo de reconstrução e adaptação à nova utilização. Um espaço único para o meio criativo na Extremadura.

Um meditado projeto museológico definiu as linhas programáticas do novo museu em consonância com os âmbitos geográficos e culturais historicamente vinculados com a região: o do próprio território, Extremadura, o espaço iberoamericano, e o mais imediato do vizinho Portugal. São estes os eixos temáticos que articulam as suas coleções umas 2500 obras, o seu programa expositivo anual e as suas múltiplas atividades, muitas das quais em colaboração com outras entidades nacionais e internacionais. No perfil poliédrico adquirido pela instituição durante mais de 25 anos, com profundas marcas da relação com os seus territórios o constante diálogo comPortugal é um dos aspetos que mais define o carácter do MEIAC. Desde o seu início, o museu tem exercido a partir da Extremadura um papel fundamental na investigação e promoção da arte contemporânea portuguesa. Numerosos projetos expositivos, junto a outras iniciativas culturais, transformam o MEIAC numa instituição de referência para o conhecimento de uma das etapas mais interessantes da criação em Portugal.

A mais importante coleção de arte portuguesa contemporânea fora de Portugal está custodiada no MEIAC, 250 peças de 63 autores de primeira linha, uma das mais completas panorâmicas das artes visuais lusas, realizadas a partir da década dos anos 80 do século XX. Em paralelo, o museu tem apresentado e promovido o trabalho de inúmeros artistas portugueses, estimulando ainda, com o seu exemplo a criação de novas coleções, públicas e privadas, de arte contemporânea em Portugal. A biblioteca e o centro de documentação reúnem toda a informação gerada a este propósito, constituindo, em Espanha, o único fundo bibliográfico especializado sobre arte portuguesa, no qual estão incluídas as publicações editadas pelo MEIAC relativas a Portugal. Através do apoio da administração pública regional, o MEIAC é hoje uma agente transfronteiriço fundamental no quadro das relações culturais hispânico portuguesas, um caso único na museologia da Península Ibérica.

design: Francisco Costa. Tipografia Guilherme Lopes