Rubia Ochoa

é uma artista oriunda do Recife. Reside em Évora, cidade pela qual tem uma enorme paixão. Sente-se privilegiada de ter conseguido aperceber-se da beleza no turbilhão que foi a sua vida. De factos e atos, lembranças e conclusões realiza o seu trabalho, puramente autobiográfico. Seja na poesia, no bordado, num palco ou na fotografia, o que emana de Rubia é fruto de toda essa caminhada que foi chegar até aqui. Sente-se viva. É tudo sobre Sentir o pulsar da vida ecoando dentro dela… as pequenas, precisas e preciosas coisas da vida e a luta pela liberdade. Aquela que não se aprende nos livros.

Rubia Ochoa 2021

Sobre a obra

E assim se fez o Ser: altos muros e portões de ferro, encastelado na sua masmorra cheio de beleza e medo.

A vida não lhe foi generosa e é preciso expandir-se, caminhar, buscar rotas que não estejam minadas
pela odiosa dita “natureza humana”.

No final de cada dia, Rubia coloca sempre uma dúvida: “- A que estou presa? O que me impede?
Serei eu mesma o seu algoz?

A grande ilusão, a grande enganosa existência divina… Sou apenas uma, se me faço de muitas é por temer
ser encontrada. Lanço sinais de socorro, sim, no desejo de afirmar o “ eu estou aqui”.

A vida faz-se fúria para os espíritos livres – Que audácia querer ser livre! Quem pensa que é?!
Disseram-me que para sonhar assim, tinha de me entregar a algum senhor pelo qual seria dominada.

Eu disse não!

Sigo o caminho dos meus devaneios, as minhas raízes. Fiquei na cauda de um cometa. Preparo-me pacientemente para um belo salto acima desses muros que me sufocam. Serei livre. Longe dessas paredes de pedra, serei flor a desabrochar.”